quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Extra republica matéria de suplemento recolhido em São Gonçalo e repudia ameaça



Redação Portal IMPRENSA
Em sua edição desta quarta-feira (28/9), o jornal Extra divulgou a capa do suplemento Mais São Gonçalo, que foi recolhido por um grupo de 30 homens, na madrugada desta terça-feira (27/9). O veículo reportava uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-presidente da Câmara Aristeo Eduardo Teixeira da Silveira (PMDB), conhecido como Eduardo Gordo. 

Ao divulgar a capa do suplemento, o Extra destaca na manchete: "Liberdade de imprensa não se compra". Em sua página no Facebook, a publicação reforça que "não vai se intimidar com as ameaças e, por isso, republica a matéria - e estampa a capa em nome da liberdade de imprensa".

A capa também traz o repúdio de entidades, como o da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), em relação ao episódio. "A ABI expressa profunda preocupação com a violência contra oExtra. Fato grave por entender que se trata de violação de acesso à informação".

Em nota, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) destacou que "recolher o jornal não muda os fatos e constitui crime contra a liberdade de imprensa". A entidade acrescentou que "a população de São Gonçalo tem o direito de conhecer seus candidatos" e disse que espera que as autoridades do Rio de Janeiro trabalhem para identificar os responsáveis pela ação.
Entenda o caso

Distribuidores foram forçados a vender exemplares que traziam uma denúncia contra Eduardo Gordo, que é acusado de fraudes na saúde que somam R$35 milhões e é candidato a vereador pelo PMDB. Embora o suplemento não seja vendido separadamente, os homens levaram os cadernos.

De acordo com o MPF, o político e três empresários integravam um esquema de falsificação de guias para receber verba do SUS por serviços nunca prestados. Ele teria arrecadado um total de R$ 57 mil, em três ocasiões. O filho do político, Aristeu Raphael Lima da Silveira, também foi acusado de receber propina destinada ao pai.

Ao jornal, o candidato a vereador afirmou que não iria se manifestar sobre o caso, pois ainda não havia sido notificado pelo Ministério Público Federal. Também disse que continuará na campanha por um lugar na Câmara.

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