Se vira! Alusão ao termo que os editores normalmente dizem aos diagramadores quando querem fechar uma página com muito texto, pouca imagem e nenhum recurso. E ainda assim querem uma página bonita. Se vira!
No domingo de segundo turno eleitoral, os jornais, cujas cidades terão dispustas, vietam em suas capas com o tradicional face to face, cara a cara, foto dos candidatos.
O Popular, de Goiânia e o Diário de Pernambuco, do Recife, abriram mão desse recurso.
Mas a melhor primeira página veio de Fortaleza. O Povo horizontalizou o layout usando a capa e a contracapa e, com uma bela arte, mostra a importância do voto. Sensacional.
O racismo existe e sempre existiu. E de tempos em tempos é lembrado pela mídia, seja no Dia da Consciência Negra ou quando ocorre algum caso que se toma um proporção nacional, como o do Carrefour gaúcho.
Esta semana, duas das três principais revistas de atualidades do País dedicam páginas com matérias especiais sobre o tema.
IstoÉ colocou em capa, com uma genial arte de Kleber Sales, que fora usada semana passada pelo diário Correio Braziliense (ver post aqui no blog), o tema em questão, demonstrando a fraude que é a 'cordialidade' brasileira dos brancos com os negros.
Uma peça que demonstra bem isso é o posicionamento de duas imagens, lada a lado. Na primeira, membros do Tribunal de Justiça de SP (todos brancos) e na segunda, detentos no Maranhão (todos negros).
O design da página foi perfeito no quesito comparativo das duas realidades raciais brasileiras.
Veja teve como foco principal o caso Carrefour, mostrando em fotos toda a sequência da bárbarie que foi o espancamento de João Alberto.
Números e infográficos são auxílios perfeitos e essenciais neste tipo de reportagem, servindo de parâmetro para mostrar o quão é o racismo, que muitos ainda insistem em dizer que não existe, no Brasil.
Abaixo as páginas de IstoÉ e Veja.
Quando a arte é boa, boa não, no caso sensacional, é usada e reusada por veículos diferentes.
Nesse caso, a arte de Kleber Sales, da Raça Press, foi capa de duas grandes publicações nacionais.
Na última sexta-feira, dia 21, Dia da Consciência Negra, o jornal Correio Braziliense estampou em sua primeira página a ilustração de Kleber.
Hoje, a semanal IstoÉ utiliza a mesma arte para criar sua capa.
Não vejo isso como falta de criatividade, de ideia, ou mesmo cópia. Acredito que quando a arte é bonita, marcante e expressiva, e se não é exclusiva de um determinado veículo, pode e deve sim ser usada por outros, por muitos. Desde que o crédito seja dado ao autor e claro, a seja pedida a autorização dele.
Neste caso, não tenho como saber, mas a julgar pelo título, pode se tratar de uma ação proposital, ação conjunta. Agora se não for, poderia ao menos fazer outro título.
A despedida. A comoção. O tumulto. Um dia para ficar na história argentina. O velório de Diego Maradona nas capas dos diários argentinos.
