Um elemento gráfico que gera muita polêmica na redação do jornal é o fio. Sim, o pobre e simples fio. Para uns, ele é essencial para marcar o território, separar as peças gráficas nas páginas. Para outros, não passa de um traço que polui o layout, deixando tudo mais 'carregado'. A definição simples do fio segundo o manual da Folha de S. Paulo é "um traço contínuo de diferentes espessuras para separar textos ou delimitar qualquer material gráfico".
Eu sou a favor do fio. Acho que o seu uso deixa bem claro ao leitor o que é o que na página, quando um elemento faz parte de outro, separa os grupos de notícias, serve para ajudar o leitor a compreender o layout, a entender facilmente que existem grupos hierárquicos na página, que têm assuntos distintos em uma mesma mancha gráfica.
Bom, digo isso porque hoje,olhando a capa do Jornal de Santa Catarina, de Blumenau, achei que ficou faltando um fio para separar a foto grande da manchete. Olhando de longe ou rapidamente, se vê uma foto escura, sombria. Logo abaixo, a manchete falando em reação ao terror. Entre esses dois elementos, nada. Então, em um primeiro momento, parece que tudo é uma coisa só, que a foto pertence ao principal título da página. Mas não é. A foto é de esportes, de uma partida do campeonato catarinense de futebol. Não há ligação alguma entre a grande imagem e a manchete.
Por isso, sou a favor do uso de fios, ainda que fosse em uma espessura bem fininha, ou, em uma tonalidade de cor mais fraca. Nada para sujar ou comprometer o layout. Apenas para delimitar e facilitar ao leitor a o entendimento da página.
Fios fazem parte ou não de projetos gráficos, depende do jornal. Não é obrigatório ter fios nas páginas. Mas eu, na minha maneira de pensar, acho que um fiozinho na página não faz mal nenhum.
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