E Chorão se foi. Gostem dele ou não, o cara era idolatrado por uma legião de fãs. Não vou entrar em discussão para saber se ele era realmente um poeta, se estava no mesmo patamar que Renato Russo e Cazuza (comparações feitas durante todo o dia de ontem no facebook), se era gênio ou não.
Apenas, mais um cara se foi. Um cara que conquistou gerações com suas letras, com suas músicas, com suas atitudes.
Para a primeira página de A Tribuna, queria algo especial, algo. Apesar de não ser santista, Chorão adotou a cidade e levava seu nome para os 4 cantos do País.
Eu não queria usar uma foto dele, nem mesmo foto do velório (a não ser que fosse uma foto impactante, cheia de emoção)
A minha ideia era deixar um espaço branco e, no cantinho, aplicar um skate e um microfone, instrumentos que faziam parte da vida dele e estavam associados diretamente ao cantor. E pouco texto, talvez somente uma frase.
Depois de ter criado a peça, achei que ficaria melhor se tivesse uma foto do cantor, como se estivesse olhando diretamente para o skate e o microfone.
Havia outra opção, que era uma imagem dele no palco durante um show. Mas essa seria a opção normal, corriqueira, habitual. Eu queria algo diferente. Então, mantive a linha e criei o layout baseado na ideia inicial.
Para deixar a peça mais elegante, apliquei o nome Chorão em um corpo grande, tudo em caixa alta. Em cima do nome, o ano de nascimento e de morte dele. Abaixo, o editor Mário Jorge aplicou a letra de uma música da banda e um pequeno texto, que eu deixei em um corpo menor para dar mais branco, mais respiro, mas claridade à peça.
As páginas internas ficaram à cargo do diagramador Jordan Fraiberg, Na capa do Galeria, uma bela ilustração de Marcelo Padron. Na última, uma diagramação diferenciada, arrojada, da maneira como tinha de ser, com uma linha do tempo da vida de Chorão. Uma bela página.
E como a morte de Chorão teve repercussão nacional, as capas dos jornais brasileiros de hoje
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