terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Entrevista com Miriam Lerner



O vice-presidente da República, Michel Temer, se aventurou pelos lados da poesia. Autor de vários livros de direito, o advogado e presidente do PMDB lançou, semana passada, sua primeira obra poética, Anônima Intimidade, pela Topbooks, cujas poesias foram escritas em guardanapos, nas viagens de avião entre São Paulo e Brasília. A capa e o projeto gráfico ficaram nas mãos da designer Miriam Lerner, que muito gentilmente, aceitou falar um pouquinho sobre esse trabalho e, abrilhantar esse singelo blog.

A CRIAÇÃO DO LAYOUT.
A ideia desse projeto gráfico, segundo Miriam, era ser muito simples, muito clean, pois o miolo tem ilustrações (do pintor, desenhista e gravador paraibano Ciro Fernandes), as quais ela achava que deveriam ganhar mais destaque nas páginas. A intenção foi buscar um projeto que não brigasse com essas ilustrações.

A CAPA.
Para compor a capa do livro, Miriam também utilizou a ilustração como foco principal, procurando, assim como no miolo, a perfeita harmonia, com um design clean para não brigar com a ilustra. Ela selecionou algumas imagens enviadas pela editora e criou vários layouts, chegando ao escolhido.

POESIA X PROSA.
Eu, nos poucos livros que diagramei, sempre achei mais complicado quando se trata de poesia, pois em uma página, você pode ter uma poesia com poucas linhas ou com muitas. E fazer com que isso seja agradável visualmente, é trabalhoso. Miriam  não vê muita diferença entre criar um projeto para um livro de poesia ou de prosa.  Para ela, a diagramação é que pode ser um pouco mais problemática, pois não existe muita maleabilidade no livro de poesias.

PARTICIPAÇÃO DO AUTOR.
A participação do autor ou dos editores no processo do projeto gráfico é variável. Existem editores que passam um briefing com o resumo do que esperam para  a capa e para o projeto. Outros, dão total liberdade para o capista ou designer desenvolver o trabalho. Foi assim no Anônima Intimidade, onde a editora deu total liberdade, passando as ilustrações para Miriam, que fez vários layouts, utilizando fontes e cores diversificadas. Esses laytous foram enviados ao autor que fez a escolha final.


QUEM É MIRIAM LERNER.
Formada em desenho industrial pela Escola Superior de Desenho Industrial -UERJ, trabalhou durante 6 anos no escritório de um dos maiores nomes de design de livros no Brasil, Victor Burton. Atualmente, como autônoma, realiza trabalhos para diversas editoras, como a Sextante, Record, Zahar, Ediouro, Topbooks, e outras mais.
Para quem quiser conhecer mais sobre o trabalho da designer Miriam Lerner, acesseWWW.MIRIAMLERNER.COM.BR.

Abaixo, alguns trabalhos dela, a quem agradeço de coração pela gentileza e disponibilidade em colaborar com o SEVIRA.









Um dia chegamos lá

Um dia chegamos lá.
Sempre gostei de ilustração. Como disse em algumas oportunidades, sou um desenhista frustrado. Quando criança, passava horas desenhando. Cheguei até a fazer uma aula numa escola de desenho, mas nunca levei adiante esse meu gosto. Bem, quis o destino que eu me tornasse um diagramador, um desenhador de páginas, e, tivesse contato com grandes nomes da ilutração: Seri, Bar, DaCosta, Padron, Max, Ponciano e Jottas.
E por gostar de ilustração, sempre tentei valorizar essa arte nas páginas do jornal e, desde que assumi as chefias da diagramação e ilustração dos jornais A Tribuna e Expresso Popular, tento utilizar ilustras na primeira página. Ainda há um certo obstáculo por parte de alguns editores. Alguns, utilizam a ilustração somente quando não têm uma foto que ilustre determinada matéria.
Mas, temos na Redação algumas pessoas que têm uma outra visão. Sem querer puxar saco, o editor de primeira página, Mario Jorge é uma dessas. Então, quando estávamos esboçando a capa de A Tribuna, havia  a chamada de esportes sobre os 21 anos do Neymar. Eu não queria usar o habitual: a foto do jogador, com um texto, um título ou aqueles números tão utilizados nessas ocasiões, tipo 'quantos gols ele fez'; 'em quais times ele marcou mais gols'; quais e quantos títulos ele ganhou'.
Então, fiz 3 opções, 3 sugestões apresentadas ao editor-chefe: uma com 21 motivos para idolatrar e 21 motivos para não gostar do Neymar. Na segunda, usaríamos 21 adjetivos superlativos que definem quem é Neymar, e a terceira, uma charge na capa. Essa foi a escolhida
Daí, deixamos nas mãos e no lápis do ilustrador e chargista Padron, que com seu traço elegante, colorido e limpo, conseguiu fazer uma ilustra que casou perfeitamente com a capa de A Tribuna.
Estamos avançando, explorando cada vez mais a arte nas páginas do jornal. Ainda não é o ideal, mas um dia, chegamos lá.