O Jornal do Brasil está acabando. Como já postado aqui anteriormente, ele não mais existirá no papel, vivendo apenas no mundo digital, na internet.
Vasculhando um pouco a rica história desse importantíssimo jornal brasileiro, achei essa capa do caderno B noticiando a morte de Carlos Drummond de Andrade, um dos mais importantes e respeitados poetas brasileiros de seu tempo, tendo publicado livros de poesias, crônicas, contos, memórias e cartas.
Graficamente falando, o que tem essa capa de especial? Nada. Está bem básica. Título em cima, fotos de um lado, textos de outro. Mas às vezes, o básico é mil vezes melhor do que o requintado. O básico traduz ao leitor de forma clara e objetivo a proposta da capa.
Nesse caso específico, a grande sacada não é uma diagramação diferenciada, o uso de artes e outros recursos gráficos. O que realmente enaltece a página são as três imagens do poeta. Elas nem estão colocadas em tamanhos grandes, estouradas como dizemos nas redações, mas mostram uma sequência de Drummond tirando os óculos que parece nos dizer: "acabou, estou me retirando". Assim como um jogador pendura as chuteiras, o poeta, tira os óculos, aposenta a caneta e descansa. Para sempre, infelizmente.
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