terça-feira, 24 de agosto de 2010
O medo da ousadia
Um das principais razões para um diagramador se destacar e deixar de ser apenas 'mais' um diagramador é não ter medo. Medo de ousar, de inventar, de tentar. Algumas vezes, a falta desse medo faz com que o resultado final seja ruim, horrível, terrível. Mas muitas vezes, o resultado faz com que o seu trabalho seja visto com outros olhos, que o diagramador seja um diferencial entre uma página simples e algo que valoriza o jornal.
E isso serve para os jornais também. Quem não ousa, fica imperceptível. Some. A primeira página tem de ser ousada, diferenciada. Chamar a atenção. Atrair o leitor. Caso contrário, o jornal será apenas mais um na banca. O leitor passará os olhos pela página e nada o prenderá.
Na capa de hoje de A Tribuna, pensei eu ousar. Na verdade, nem é uma ousadia tão grande assim. A ideia é até simples, banal. Durante a madrugada, a Baixada Santista ficou escondida por uma forte neblina que durou até o período da manhã. Então, a intenção foi colocar uma foto grande da travessia de barcas mostrando os navios quase apagados ao fundo. Sobre essa foto, seria aplicado o título 'Cidade escondida'. E aonde estaria a ousadia? Iríamos pegar o título e aplicar nele um efeito em que ele ficasse quase sumido na página, dando a ideia de que a neblina também o estaria encobrindo.
Em um primeiro momento essa ideia foi aprovada. O chefe do tratamento de imagem Marco Panchorra aplicou a névoa sobre as palavras, mas na última hora, voltaram atrás, achando que que estávamos 'inventando'.
Então, saiu apenas a foto com uma legenda. Posto acima os dois modelos (o que tem o título dentro da foto ainda teria um reforço, ficaria mais visível).
Perdemos. A capa perde. O resultado poderia não ter ficado bom. Mas se ficasse, seria um grande diferencial entre um jornal comum e um jornal que não tem medo de ousar para ganhar mais leitores.
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Isso ia ficar muito bom... é uma pena...
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