Quem trabalha em uma redação jornalística sabe que está sujeito às mudanças de última hora. Às vezes, tal mudança reflete diretamente no trabalho. Penso que páginas mais leves, soltas e graficamente diferentes em uma edição tendem a prender a atenção do leitor, a tornar a leitura de um jornal mais prazerosa, mais confortável.
Pois bem. Tínhamos uma página cuja reportagem era sobre permitir ou não o estacionamento de carros em certas vias da cidade de Santos.
A ideia para o layout da página era aplicar uma placa como a de proibido estacionar, mas colocar ao invés do E (de estacionar), um ponto de interrogação, querendo passar a mensagem 'permitir ou não permitir'.
Essa página seria para a edição de segunda-feira, mas foi antecipada para a de domingo e, como na edição dominical não havia espaço para ela ficar como o planejado, acabou tendo de ser desmembrada, tornando-se uma página corriqueira, normal.
Entendo a necessidade de alterações. Mas como diagramador, ainda que a página não fosse maravilhosa e nem concorrente a prêmios gráficos, acredito que ela seria um diferencial na edição, um atrativo ao leitor. Da maneira como foi finalizada, fica até cansativa, pesada, 'blocuda'. E ainda teve a interferência do anúncio, que deu uma dimensão gigantesca ao rosto da Gisele Büdchen e deixou, os dois entrevistados, minúsculos, desproporcionais, causando uma má impressão visual.
Mas, jornalismo é isso mesmo. Você tem hora para começar mas não para acabar. Você planeja tudo agora e horas depois, todo o planejamento vai por água abaixo. Faz parte.
A VERSÃO COMO SAIU
A VERSÃO ORIGINAL
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