Pintando a 3ª estrela

O Santos empatou com o Peñarol no Uruguai na primeira partida das finais da Libertadores de América. O segundo jogo será em São Paulo, na próxima semana. Basta uma vitória, um único gol, para o time da Vila Belmiro voltar a ser o melhor do continente.
Na hora em que estava criando a capa, logo de cara queria algo diferente, afinal, se o Santos vencesse, estaria a um pequeno passo do título. E eu não queria que um momento tão mágico e especial para a equipe santista fosse noticiado em A Tribuna, o jornal da cidade, como uma mera partida, um simples feito. Eu não queria usar o tradicional título grande, foto maior ainda e um pequeno texto. Até porque, fotos de jogos são sempre fotos de jogos. Até tem alguma coisa diferente, mas normalmente, é um lance da partida ou a comemoração de um gol (no caso de ontem, o gol não aconteceu, então, seria um lance).
Depois de ter diagramado a página e deixado o espaço reservado para o bloco de esportes, eu, não contente, pedi para o ilustrador Marcelo Padron que fizesse duas estrelas desenhadas e uma terceira, ainda inacabada.
Mas logo em seguida, tentei fazer uma relação do futebol arte com a pintura, e pedi ao ilustrador que, ao invés de desenho, fizesse as estrelas sendo pintadas, com manchas de tinta ao lado e a ponta do pincel.
Ele, talentoso como é, além de um traço refinado, colocou um pedaço da borda do escudo do time, para casar melhor com a ideia.
Eu gostei tanto da arte que resolvi tirar fora a foto e deixar somente a ilustração, grande, no alto da página (inicialmente, ela seria um destaque do bloco esportivo).
Feito isso, apresentei o modelo ao editor de primeira página, Mário Jorge, que abraçou a ideia e a levou para a editora-executiva e o editor-chefe, que também entenderam que aquela arte, representava melhor do que qualquer foto, qualquer imagem, o momento em que o time se encontra.
Eu gostei muito do resultado. Acho que, para os padrões de A Tribuna, foi algo ousado, novo. Mas às vezes, temos de ser ousados para marcar, para eternizar momentos especiais, para fincar os pés na história.