sexta-feira, 14 de setembro de 2012
Caras e bocas
Seguindo a linha de pensamento de que a capa é a embalagem do jornal, sempre penso que ela tem de aguçar a curiosidade do leitor, fazer com que ele tenha vontade de abrir o jornal e ver o conteúdo, o que está estampado em suas páginas. Alguns, dizem que a capa é uma prévia do que tem no interior do jornal. Eu não acho. Acredito que a primeira página de um jornal tenha de ter uma certa independência das outras, se sobressaindo e ditando o rumo da parte gráfica.
Um exemplo disso aconteceu hoje em A Tribuna.
Foi publicada uma reportagem sobre um campeonato mundial de queda de braço que aconteceu em São Vicente. Atletas de vários países estiveram presentes, inclusive da Europa oriental. A matéria foi bem diagramada, bem editada, muito interessante.
Mas para a primeira página que queria algo diferente. As imagens do torneio estavam muito legais. O repórter-fotográfico Bruno Miani fez uma espécie de ensaio, focando nos rostos dos atletas e nas expressões deles. Quando vi as imagens, logo de cara pensei em um mosaico. O Editor da capa, Mario Jorge, havia pensado em usar três imagens. Eu pensei em usar seis ou mais.
Primeiro, no alto da página, abrangendo as 6 colunas do jornal. Mas iriam ficar pequenas as fotos.
Então, resolvi dar uma ousadinha básica. Coloquei a manchete no alto, em 6 colunas, e as carinhas, no meio, atingindo as 4 colunas centrais da página. Nessa minha ideia, as outras chamadas iriam ser aplicadas nas bordas da página.
Mas, outros assuntos mereciam destaque, com títulos não somente em 1 coluna, mas sim em duas. Então, a opção foi levar todo o bloco de carinhas para um canto e, no outro, espalhar as demais chamadas.
Para seguir a ideia de aguçar a curiosidade do leitor, em momento algum foi dito o que significavam aquelas fotos, aquelas expressões. Para entender o que seriam as 'Caras e bocas', o leitor deveria ir até a página interna.
Acho que funcionou muito bem a ideia, tanto do mosaico como de 'mexer com a curiosidade' do leitor.
Com isso, a capa do jornal acabou ficando, de certa forma, independente da interna (pois dentro não há imagens desse tipo), mas ao mesmo tempo, cumpriu a sua função, de atrair o leitor para 'dentro' do jornal.
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