O número 01
Há 50 anos chegava às bancas a primeira edição de O Pasquim, o jornal mais crítico e satírico contra a ditadura militar.
Criado por um grupo de jornalistas contrários à situação política no Brasil, foi uma resposta ao Ato Institucional número 5 (AI-5), em 1968. Tinha no seu DNA o humor como veia principal, usando uma linguagem provocativa em pleno período da ditadura militar, chamado de anos de chumbo.
A equipe formada por Tarso de Castro, Sergio Porto, Jaguar, Paulo Francis, Ivan Lessa, Millor Fernandes, Jaguar, Ziraldo, Henfil, dentre outros, fez com que O Pasquim se tornasse um fenômeno de vendas e leitura obrigatória entre os universitários e a classe média brasileira.
O projeto gráfico foi idealizado por Carlos Prósperi, publicitário da Shell, e Claudius Ceccon, cartunista do Diário Carioca.
O nome foi obra de Jaguar - Pasquim significa jornal difamador, folheto injurioso.
A escolha do formato do jornal mostra o ideal de seus fundadores. Após pesquisa feita com vários profissionais do ramo, 90% rejeitaram o tamanho tablóide. Diante do resultado, justamente o formato tablóide foi o definido para O Pasquim.
O carro-chefe das edições eram as entrevistas estilo pergunta-resposta, onde os textos eram transcritos na íntegra, da maneira e com as palavras que o entrevistado usou.
Com tiragem inicial de 14 mil exemplares impresso na gráfica do Correio da Manhã, o jornal esgotou-se em dois dias, sendo necessária uma nova impressão de mais 14 mil. O sucesso nas vendas fez com que a publicação ultrapassasse os 200 mil exemplares.
O Pasquim viveu até o começo dos anos 90.
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