No dia 20 de janeiro de 1982, os jornais brasileiros estampavam em suas primeiras páginas, a morte precoce, aos 36 anos, da pimentinha Elis Regina. Ela morrera no dia anterior em São Paulo, após uma parada cardíaca enquanto conversava ao telefone com o namorado Samuel MacDowell Figueiredo. Ainda que até tenha sido muito contestada, exames atribuíram o consumo de cocaína associado ao uso de bebida alcoólica como causa da morte.
A morte de Elis Regina, no auge da carreira, causou forte comoção em todo o País. Os grandes jornais brasileiros noticiaram em suas capas o velório da cantora, não tendo pudores em publicar fotos de Elis postada no caixão.
E por falar nas fotos, a imagem da capa da Folha de S. Paulo, é impactante e serena.
Tirada do alto, parece transformar a pimentinha em uma santa. Um belo registro feito por Ubirajara Dettmar. Para entender como ele fotografou Elis no caixão, um depoimento do jornalista Carlos Brickman ao Observatório da Imprensa:
"De repente, vindos do nada, começam a cair confetes em cima do caixão. Houve quem imaginasse um milagre. Não, nada disso: numa das vigas do salão, arrastava-se um cavalheiro gordo e baixinho, com uma imensa câmera e diversas lentes. No Teatro Bandeirantes, onde havia bailes de Carnaval, o confete se amontoava nas vigas, e ao arrastar-se por elas o maluco provocou o milagre. O maluco, claro, era U. Dettmar – ou, por extenso, Ubirajara Dettmar, um esplêndido fotógrafo, um grande repórter, gente fina."
Internamente, os jornais usaram a tradicional fórmula depoimento de amigos, opinião de críticos e especialistas, história da vida. Fórmula adotada também por O Estado de S. Paulo e O Globo. Páginas com blocos imensos de texto e fotografias em tamanhos acanhados. Nota-se que a prioridade era o texto, a informação, em detrimento ao lado visual. Mesmo que ficassem páginas pesadas.
As revistas Veja e IstoÉ, também trouxeram em suas capas a morte de Elis Regina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário