Em tempos normais não pandêmicos, hoje já teria festa, banda, marchinha, música alta, alegria, multidão. Sim. Já teria Carnaval. Antecipado ou não, blocos carnavalescos ou escolas de samba, nas ruas ou em clubes, já teria Carnaval. As cores vibrantes das fantasias e alegorias, dos enfeites e adornos comprovariam. Já teria Carnaval. As capas dos jornais com as fotos cheias de cores e sorrisos de foliões transbordando alegria, registraria que já teria Carnaval.
Mas no Carnaval da pandemia não tem nada disso. Não tem banda, nem bloco e nem escola. Não tem música nem som de cuíca, reco-reco ou tambor. Não tem ruas lotadas e nem sorrisos nos rostos.
E não tem cor na capa dos jornal.
E o Folha Mais de Pernambuco soube como nenhum outro traduzir esse sentimento incolor para sua primeira página. A belíssima imagem de Alexandre Aroeira é um retrato da alma de um povo festivo neste breve reinado de Momo.
A ideia genial de deixar a capa toda PB e, a solitária sombrinha, símbolo maior do frevo pernambucano, com suas cores vivas e vibrantes, foi um achado, uma referência sutíl e inteligente a este Carnaval totalmente opaco, sem cor, sem graça.
Em tempo: a manchete foi inspirada no Frevo Número 1, de Antônio Maria.
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