9 de julho de 1932. Um movimento de protesto em São Paulo contra o governo provisório de Getúlio Vargas culminou em um conflito armado e com a adesão de diversos setores da sociedade paulista. O estopim da Revolução, também conhecida como Guerra Paulista ocorreu no dia 23 de maio, quando o as manifestações em São Paulo terminou com a morte de quatro estudantes em confronto com as forças federais. Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo ficaram conhecidos como mártires de 23 de maio.
E o movimento procurou mobilizar a população paulista através dos cartazes, buscando despertar o sentimento de patriotismo e incentivando a participação popular no processo. Eram instrumentos de propaganda que difundiam as ideias da revolução e seus objetivos.
O cartaz da Revolução Constitucionalista de 1932 é uma das representações visuais mais marcantes do movimento, que foi liderado pelo estado de São Paulo contra o governo provisório de Getúlio Vargas. A revolta exigia a promulgação de uma nova Constituição para o Brasil, e o uso de propaganda visual foi essencial para mobilizar a população paulista.
O cartaz mais emblemático da Revolução de 1932 foi criado no contexto de intensa mobilização civil e militar. Nessa época, a propaganda visual — especialmente os cartazes — era uma ferramenta fundamental para estimular o apoio popular, convocar voluntários e expressar os ideais do movimento constitucionalista.
Os cartazes tinham como função:
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Promover o sentimento de identidade paulista.
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Estimular o alistamento de voluntários.
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Reforçar o ideal de que São Paulo lutava não apenas por si, mas pelo Brasil inteiro.
O Mais Icônico: "MMDC"
O cartaz mais conhecido da Revolução é o que exibe a sigla MMDC, formada pelas iniciais de quatro jovens mortos em um confronto com tropas federais em 23 de maio de 1932: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo.
Em muitos desses cartazes, a estética lembrava o estilo art déco, com figuras heroicas, expressões determinadas e cores vibrantes, exaltando a coragem e o patriotismo dos paulistas.
O autor de muitos desses cartazes, inclusive dos mais famosos, nem sempre é conhecido, pois muitos foram produzidos de forma colaborativa ou por artistas gráficos ligados a editoras e jornais da época. Um dos nomes frequentemente associados à propaganda visual da Revolução é o do artista Wasth Rodrigues, ilustrador e heraldista, que contribuiu com muitos desenhos e emblemas ligados ao movimento paulista. Contudo, não há confirmação de que ele tenha feito especificamente o cartaz "MMDC".
O cartaz da Revolução Constitucionalista de 1932 não é apenas uma peça gráfica — é um símbolo de um momento marcante da história brasileira. Ele representa o desejo de um estado por maior autonomia e por um regime constitucional democrático. Até hoje, o movimento de 1932 é lembrado em São Paulo como um momento de grande mobilização cívica.
1. “Você tem um dever a cumprir”
Retrata um soldado constitucionalista apontando diretamente para o observador, com as bandeiras de São Paulo ao fundo. Esse é o cartaz de alistamento mais famoso da campanha do M.M.D.C., criado para convocar civis à luta.
2. Versão feminina – “Paulista! eu já comprei…”
Apresenta uma enfermeira determinada, solidarizando a participação das mulheres e reforçando a ideia de que todo paulista podia contribuir. A expressão e o gesto são poderosos símbolos de compromisso .
3. “Paulistas às armas! M.M.D.C.”
Mostra um soldado tocando clarim, com as bandeiras do Brasil e de São Paulo. Um convite direto à mobilização e ao espírito coletivo da revolução.
4. Bandeirante vs. Vargas (“O gigante bandeirante”)
Num cartaz ilustrado por artistas modernistas influenciados pela Semana de 22, o bandeirante é retratado como herói esmagando um diminuto e assustado Getúlio Vargas — o protesto simbólico contra a autoridade federal.