É inútil ir contra a maré.

Tá. Eu sei. É batido.

Mas sempre funciona.

Eu mesmo sou um cara que tenta fugir do habitual. Tipo usar o fundo preto na página referente a alguma morte, ou o fundo ensanguentado numa página sobre crimes. Mas existem situações em que não há como fugir do óbvio.

A matéria sobre o primeiro ataque pirata à cidade de Santos foi ilustrada com o tradicional background de papel envelhecido, para dar uma ideia de mapa, de antiguidade.

Aí vão dizer: 

-Ah, mais isso é sempre usado neste tipo de layout. 

Eu sei. E relutei um pouco. 

Mas confesso que apesar de manjado, funcionou perfeitamente na composição da página, com as imagens mescladas ao fundo e a tipologia pirata.

Às vezes, o ser corriqueiro é a melhor alternativa para a criação de uma página. Existem layouts em que não adianta inventar. O tema 'chama' o visual gráfico da página. É inútil ir contra a maré.

 A mesma ideia serve para a página de social, sobre Páscoa.

O tradicional chocolate escorrendo pela página com alguns respingos pelo layout, assim como o fundo de papel envelhecido, é meio que obrigatório nesse tipo de matéria.

Como optei por não colocar muito chocolate no layout, acho que foi a dosagem certa.

Só para constar como exemplo de uma página sobre Páscoa em que consegui não usar chocolate escorrendo: no suplemento Domingo+ a matéria sobre as opções de ovos para compra, preferi trabalhar com o grafismo do texto.

Ou ainda, nas páginas de moda, cujos layout seguiram os temas das reportagens: o xadrez e o marrom.

De trêssssssssssss!

Esportes é uma editoria que sempre nos permite criar algo diferente na diagramação. 'Brincar' com as imagens, títulos e textos criam empatia com o leitor.

A matéria sobre o início do torneio escolar de basquete permitiu isso. A ideia foi criar uma layout leve para compor a página. Queria transportar o leitor para uma quadra de basquete. Para isso, a aplicação da cesta foi essencial.

Para dar um pouco mais de realidade, apliquei o título como se tivesse sido arremessado, passando pela cesta. Se fosse maior, ele continuaria. Mas como era curto, coloquei a linha fina como complemento.

Já o quadro com os jogos do dia foi aplicado como se fosse uma tabela de basquete e para finalizar, uma bola deu o tom final ao desenho da página.

Acho que foi uma cesta de três pontos.

Menos é mais.

 Menos é mais. O  minimalismo é uma opção visual que gosto muito de aplicar em determinados layouts.

Além de agradável aos olhos do leitor, quando bem aplicado deixa a página bonita, arejada, clean. Torna a leitura fácil com os espaços em branco.

A simplicidade, por vezes considerada falta de criatividade, muitas vezes é a escolha correta. 

Menos é mais.

O campeão imortal e esquecido.

 Dizem que o time do Santos na Era Pelé não precisava de treinador, tamanho eram os craques que formavam o esquadrão.

Mas tinha sim. Lula. Treinador das antigas e o maior conquistador de títulos da história do clube.

Se hoje estivesse vivo completaria 100 anos. E A Tribuna, através do primoroso texto do repórter Bruno Lima, resolveu contar um pouco da história do treinador.

Para criar o layout, tínhamos duas fotos. Uma de rosto e outra de corpo inteiro.

A ideia era preencher duas páginas, pois o texto estava grande, mas irretocavel. A foto de corpo inteiro posicionada no canto da página como se ele estivesse olhando para o texto, e a de rosto, abrindo a matéria.

Definida a ideia, foi hora de finalizar, aplicando o tradicional fundo de papel envelhecido e recortado as imagens, criando uma fusão adequada ao layout, com frases, os títulos conquistados por ele e outra imagem, de dois craques da época (Lima e Pepe) beijando um djs troféus conquistados por eles.

Aqui o layout final.

Di Cavalcanti, a inspiração.

Inspirado na cartaz original criado por Di Cavalcanti para a Semana de Arte Moderno de 1922, o layout para a página sobre a relação entre o escritor Menotti Del Picchia, Santos e o movimento artístico-cultural que aconteceu de 13 a 18 de fevereiro de 1922 no Theatro Municipal de São Paulo, reunindo apresentações de dança, música, recital de poesias, exposição de arte, esculturas e palestras.

Di Cavalcanti, pintor modernista, desenhista, ilustrador, muralista e caricaturista brasileiro, foi um dos idealizadores da Semana de Arte Moderna, criando as peças promocionais para o evento, como catálogo, cartaz e todo o programa.

Para a página, utilizei uma tipologia semelhante a aplicada por Di Cavalcanti no pôster original, deixando inclusive a cor de fundo para se aproximar mais ao cartaz da época.

Na imagem de Menotti, o uso de filtro criou deixou a antiga fotografia ao estilo da tipologia, criando um visual bem harmônico.

A matéria faz parte do projeto Era Uma Vez Santos...de autoria do jornalista Sergio Willians e que recupera a história da cidade.

O cartaz original

As últimas páginas com Sérgio Mamberti

 

As páginas internas dos jornais brasileiros homenageando o ator Sérgio Mamberti, um dos ícones das artes cênicas brasileira.

Página simples para um futebol simples

SIMPLES.

Assim foi a página deste domingo do Almanaque, que fala sobre o futebol raiz, aquele futebol em que existiam verdadeiros heróis dentro de campo e não o atual futebol, em que jogadores se acham, e são considerado, superstars acima de tudo e de todos.

A ideia era de um layout mais clean para sair um pouco da linha backgrounds coloridos das edições anteriores. Em um primeiro momento, a intenção foi da comparação entre futebol raiz e o futebol nutella (como se diz nos dias de hoje). Comparações com as bolas, as chuteiras, as camisas.

Alguns layouts foram esboçados, mas como os textos não faziam, necessariamente essa comparação entre o estilo jogado antigamente com o atual, optamos por uma imagem que refletisse os tempos passados do futebol, como aquele dos campos de várzea, dos pés descalços ou, ainda que profissionalizado, simples, de chuteiras pretas.

Somente a bola e as chuteiras velhas, como se estivessem aposentadas, jogadas de lado, lembrando que um dia foram protagonistas, que um dia, foram heróis.

Abaixo os esboços dos layouts criados.

Hemingway com H

 Nos 60 anos de morte do escritor Ernest Hemingway, uma análise mais aprofundada de sua obra, com forte teor  machista, e o questionamento do conteúdo literário, cujas características são a virilidade, a força, a competitividade.

A partir desses conceitos foi criado o layout da página, o Homem com H, h maíusculo.

O grande H é elemento essencial no design da página, não apenas como parte do título, mas servindo de fundo para aplicação dos blocos de texto.

A página, em preto e branco, alinha-se aos questionamentos da obra, se é ou não politicamente correta, destacando o H de Hemingway, o H de homem.

Santos x Palmeiras. A final nas páginas internas.

A partida entre Santos e Palmeiras pela fjnal da Libertadores no Rio e Janeiro nas páginas internas dos jornais.

Em A Tribuna, tínhamos a obrigação de fazer algo especial, afinal, o time da cidade está na final.

A ideia foi seguir uma linha mais visual com toques de grafismo.

Aproveitando as imagens da assessoria do Santos, que mostram a camisa do time em locais estratégicos tendo o Rio de Janeito voto referência, resolvi fazer algo diferente.

Uma skyline com os pontos turísticos e tradicionais da cidade foi usado como fundo para a página. Sobre ele, apliquei outra característica tradicional da cidade carioca: a calçada copacabana. E sobre essa calçada, as fotografias das camisas.

Embaixo, um pequeno infográfico sobre os títulos da Libertadores.

Outras páginas internas dos jornais brasileiros.

Mais uma do O Dia

Mais uma página das que entram para a lista das que eu gostaria de feito.

As frases proferidas pelo presidente Bolsonaro sobre a pandemia do coronavírus e a vacina, gerou uma página inteira, para caber a sua língua comprida.

A arte é de autoria de Kiko,  publicada no carioca O Dia. A composição da página, em conjunto com a ilustração, ficou maravilhosa. Um brinde aos leitores do jornal.

Há quatro anos, a partida da princesa Leia.

No dia 28 de dezembro de 2016, jornais de todo o mundo noticiavam a morte da princesa Leia, ou melhor, da atriz Carrie Fisher, que deu vida à uma das principais personagens da história do cinema.

Cultuada por legião da fãs, Guerra nas Estrelas se tornou uma espécie de religião para os admiradores dos filmes de ficção. E neste contexto, Leia, ou Carrie Fisher, seria uma adorada santa.

E seguindo com a proposta do Hoje na História, capas e páginas internas sobre a morte da atriz. Algo bastante perceptível neste material, é o uso, quase sempre da imagem da personagem, e não da atriz. Um daqueles casos de que a ficção faz mais sucesso que a vida real. Leia se sobressai a Fisher.

Uma curiosidade. Carrie Fisher morreu um dia antes que sua mãe, a também atriz Debbie Reynolds.