Há situações em que não adianta tentar fugir do convencional, do tradicional. Como nesse caso. A primeira página de A Tribuna sobre o resultado do primeiro turno da eleição. Dificilmente, os editores da primeira página aceitariam não usar as fotos da Dilma e do Serra. Então, comecei a diagramar a capa já com essa ideia. Caso a candidata do PT vencesse no primeiro turno, tentaria fazer uma quase capa pôster. Não porque ela seja minha candidata (na verdade não é, não votei nela e nem votaria), mas sim pelo fato histórico: seria a primeira mulher a governar o País.
Mas, quando comecei a desenhar a capa, já tínhamos quase a certeza de que haveria segundo turno e não conseguiríamos fugir da tradicional foto lado a lado dos dois oponentes.
A ideia então foi tentar fazer algo mais gráfico, como uma grande peça, com números, frases e destaques, afinal, que Dilma e Serra estariam no segundo turno, todo mundo já saberia (via tv/internet/rádio) quando o jornal chegasse às bancas.
Então, coloquei a manchete em seis colunas e imaginei as duas fotos bem ao centro da página, ocupando 4 colunas. nas laterais, destaques para os outros cargos em disputa. Depois, ampliei essa área para a parte de baixo das fotos de Dilma e Serra, fazendo uma espécie de moldura. Apliquei o fundo grístrico, que é a cor das peças de A Tribuna, mas diminuí sua intensidade, para não ficar muito forte e pesar na página. Tentei usar o azul, mas ficou muito popular, meio brega.
Ao fechar esse quadro, teríamos então, em baixo, chamadas de outros assuntos. Mas acabamos descendo um pouco mais o quadro da eleição, deixando somente duas chamadas, uma em cada canto da página.
Essa não é uma capa normal de A Tribuna. O nosso projeto é baseado em uma foto grande, dominante, e mais uma ou duas no máximo, cuja intenção é deixar a página leve, harmoniosa,bonita.
Mas nesse caso, o momento pedia uma capa diferente. Ficou um pouco mais 'poluída'? ficou.
Mas, sinceramente, acho que ficou bem legal, bem ágil, movimentada e explicativa
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