Passadas algumas semanas da eleição presidencial, é hora de fazer uma breve análise das capas de A Tribuna, durante esse período. A disputa eleitoral sugere diversas possibilidades de criação gráfica para as primeiras páginas dos jornais. E o grande desafio é ser diferente, inovador, fugir do tradicional.
Tanto no dia da eleição como no dia seguinte, quando todos já sabem o resultado do pleito, o papel do capista é, além de transmitir a informação básica, fazer com que o leitor se sinta atraído a olhar, a ver, a comprar, a ler o jornal. Despertar nele, através do visual, a atenção e a intenção dele em ter o papel em suas mãos, de pegar, folhear, querer ler o conteúdo do jornal.
Acredito que nessa eleição de 2022, uma disputa tão polarizada, nós, em A Tribuna, conseguimos ir além e criarmos capas que foram inovadoras e, sem falsa modéstia, sinceramente, as melhores dos jornais brasileiros.
Antes de eu entrar no dia e no pós-dia da eleição, gostaria de abrir um destaque para as capas que criamos nos dias em que haviam pesquisas de intenção de votos. O desenho das páginas foi algo nunca feito antes em A Tribuna. O visual chama a atenção. Não com infográficos, mas com peças coloridas que identificam os candidatos, destacam os números das pesquisas e tornam o layout uma agradável leitura.
Usamos essas peças tanto para a pesquisa de presidente como na de governador, e para dar uma diferenciada, tínhamos as versões em vertical e horizontal.
Chegando no dia da eleição no primeiro turno, a capa de A Tribuna foi didática, histórica e informativa.
A pergunta era quem seria o próximo presidente da República e, para ilustrar essa capa, pensei em colocar as fotos de todos os anteriores, desde o primeiro até o atual. Essas imagens foram dispostas ao redor da página, criando uma moldura para o layout.
No dia seguinte, sabendo que teria segundo turno entre Bolsonaro e Lula, procurei criar algo que, na minha opinião, dificilmente outro jornal faria. Teríamos de citar os dois candidatos, mas eu não queria usar as fotos deles, pois sabia que 99% dos jornais iriam publicá-las. Então, lembrei dos símbolos, dos gestos feitos com as mãos pelos partidários dos concorrentes.
Para transmitir ao leitor a informação, apliquei os percentuais obtidos pelos candidatos.
Além disso, mostramos como foram os resultados para governador, senador e os deputados eleitos pela região da Baixada Santista.
Terminado o primeiro turno, reafirmo com bastante convicção que conseguimos criar as melhores capas dentre os jornais brasileiros.
Então paramos para o segundo turno.
E como a eleição estava polarizada, disputada voto a voto, sem nenhum favorito até o momento final da apuração, associei o processo eleitoral a um quebra-cabeças quase montado, faltando poucas peças paea saber qual seria o completo: Bolsonaro ou Lula.
A capa ficou perfeita para o domingo, dia da votação.
E para segunda-feira? Como seria a capa com o eleito?
Bom. A ideia era que a capa de segunda fosse uma continuação da de domingo, com o quebra-cabeças montado. Ou seja, a mesma foto (fosse Bolsonaro ou Lula) usada no domingo seria usada também na segunda.
No modelo abaixo, o esboço com a foto de Lula, pois já havia a confirmação de que ele havia sido eleito.
Mas no último momento, o jornalismo falou mais alto. De nada adiantaria termos uma capa visualmente diferente se a informação ficasse em segundo plano ou incompleta.
Então, após conversa com os editores, achamos melhor, em nome da notícia, publicar uma capa mais 'quente', com imagens dos vencedores no dia, com mais informações, frases e notícias, deixando o leitor por dentro de tudo o que aconteceu no dia anterior.
Do ponto de vista do diagramador, eu gostaria de ver a capa do quebra-cabeças publicada na segunda-feira. Mas do ponto de vista do jornalista, o layout escolhido foi a melhor opção.
E para finalizar essas primeiras páginas do período de eleição, a capa da transição, do momento em que Bolsonaro admitiu a derrota e disse que o processo de passagem de um governo ao outro poderia ser iniciado.
Acredito, como já disse antes, que não deixamos nada a desejar, estando dentre as melhores capas do jornalismo brasileiro na eleição de 2022.
Como sempre digo, andorinha sozinha não faz verão. Por mais que eu tenha tido as ideias e a criação, sem a colaboração, compreensão e autorização dos editores, nada seria feito.
Então, aqui a equipe que produziu as primeiras páginas: Alexandre Lopes, que permitiu essas publicações; Bruno Rios, que comprou as ideias; Fernanda Lopes e Stevens Standke, que colaboraram na edição.
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