domingo, 4 de agosto de 2024

Nós somos nós.Não somos os outros

 Há tempos trabalhando em Redação, por muitas vezes, quando criava um layout diferente, ouvia a  seguinte indagação de um ou outro editor, numa comparação clara ao que era feito em outros jornais: "Você vê o O xxxxxx de S. Paulo fazendo algo assim?"; A xxxxx de S. Paulo jamais faria isso". E eu pensava: "Nós não somos O xxxxx de S. Paulo e nem A xxxxx de S. Paulo. Nós somos A Tribuna, de Santos, da Baixada Santista. Se os outros não fazem, a gente faz.

Essa semana me recordei desse passado não muito distante de indagações de editores. Vivendo um momento de grande liberdade criativa e estímulo para fazer o diferente, tínhamos dias opções de capa. Uma que eu sabia que 90% dos jornais iriam adotar e outra que poucos fariam uso.

Na medalha de ouro conquistada pela judoca Bia Souza, a minha ideia era o uso de uma imagem, eechada nela, mostrando o momento em que ela chorava de emoção. A segunda opção ela era sorrindo com a medalha.




As opções dividiram opiniões e havia uma tendência maior pelo layout dela sorrindo.

As imagens utilizadas nas capas dos jornais têm um impacto significativo na forma como as histórias são percebidas pelo público. A escolha entre uma imagem da atleta sorrindo ou chorando após uma conquista, transmite mensagens e emoções bastante distintas.

Quando a gente opta pela imagem da judoca  sorrindo, a mensagem que se transmite é, predominantemente, de alegria, celebração e triunfo. O sorriso da atleta reflete a felicidade e o orgulho pela conquista, reforçando a ideia de que o esforço e a dedicação foram recompensados. Essa escolha de imagem tende a criar uma conexão positiva com o público, inspirando sentimentos de esperança e motivação.

Já a imagem da Bia chorando, mesmo após a conquista de uma medalha, transmite uma gama mais complexa de emoções. As lágrimas  são de alegria, alívio, superação de desafios. Essa escolha traz uma narrativa mais profunda e emocional, explorando a intensidade do momento e a jornada pessoal do atleta.

A escolha entre uma imagem de um atleta sorrindo ou chorando na capa de um jornal após a conquista de uma medalha olímpica não é trivial. Um sorriso pode ser uma celebração pura e simples, evocando positividade e orgulho. Já as lágrimas, embora possam também ser de alegria, trazem uma profundidade emocional que pode ressoar de forma mais intensa com o público. Ambas as escolhas têm o poder de contar histórias poderosas e de cativar os leitores, cada uma à sua maneira.

No final,  ficou a imagem de Bia chorando. Chorando de felicidade e orgulho. O meu prazer é saber que a gente fez uma capa um pouco diferente dos outros, afinal não somos os outros, nós somos nós. Confiram algumas capas abaixo.













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