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sábado, 16 de janeiro de 2021

HOJE NA HISTÓRIA - A ELEIÇÃO DO PRIMEIRO PRESIDENTE CIVIL APÓS OS MILITARES

 Em 15 de janeiro de 1985, o Brasil conhecia o primeiro presidente civil após 21 anos de ditadura militar. Era o mineiro Tancredo Neves, do PMDB, que foi escolhido pelo Colégio Eleitoral (as eleições diretas ainda não haviam sido readquiridas) derrotando o deputado paulista do PDS Paulo Maluf. 

A eleição de Tancredo, ainda que indireta, marcou o fim de quase 21 anos de regime militar no País, retomando o caminho da democracia no Brasil.

Como o assunto deste blog é jornais e revistas, vamos a eles, os jornais do dia 16 de janeiro de 1985.

Folha de S.Paulo dedicou toda a sua capa ao tema, imprimindo em 3 linhas de título o fim do ciclo militar. Um título desses pada os padrões gráficos dos jornais atuais é impensável. No máximo duas linhas. Ou 1 linha com letras garrafais.

Além disso, o editorial também foi publicado na primeira página, deixando claro a posição do jornal aos leitores. 

Esse recurso, de publicar um editorial na primeira página, é uma opção acertada quando um veículo não esconde seus ideais, deixando clara aos leitores a posição do jornal.


O carioca O Globo mostrou o placar da votação: 480 x 180, compondo com uma frase de Tancredo sua capa do dia.

O curioso é que a manchete principal vem abaixo de duas manchetes secundárias.


Já o Estado de S. Paulo também manchetou uma frase de Tancredo como título da capa e reservou, metade dela, para o discurso do presidente eleito. E colocou, como marca d'água, o placar da votação como um recurso visual e funcional, informando ao leitor quantos foram os votos para cada um.


A notícia da eleição de Tancredo em outros jornais do Brasil e até em Portugal.




terça-feira, 31 de agosto de 2010

O fim do Jornal do Brasil

Já publiquei abaixo 2 posts sobre o fim do Jornal do Brasil.
Em termos de diagramação, a história nos conta que JB, assim como o Jornal da Tarde, marcou época, revolucionou o design editorial brasileiro. A diagramação do JB ousou, inventou, interagiu, mudou os rumos do design de jornais. Assim como o Jornal da Tarde. E quem estava por trás desses projetos: Amilcar de Castro. Eu sabia pouco sobre ele. No livro "Capas de Jornal: a Primeira Imagem e o Espaço Gráfico Visual", de Jose Ferreira Junior, ele é citado quase que em todos os capítulos, acabando por se tornar um referência. Procurando conhecer um pouco mais sobre ele, vi que não era um jornalista ou um diagramador. Era um artista plástico que se aventurou pelos caminhos do design gráfico e acabou se tornando o grande nome da diagramação, sendo, assim como já dito antes,o inovador criador dos projetos gráficos do JB e do JT.

abaixo, para quem estiver interessado, um pouco da história desse ícone do design de jornais.

Amílcar Augusto Pereira de Castro (Paraisópolis, 6 de junho de 1920 — Belo Horizonte, 21 de novembro de 2002) foi um escultor, artista plástico e designer gráfico brasileiro. Foi o introdutor da reforma gráfica do Jornal do Brasil nos anos 1950, que revolucionou o diagramação, e design de jornais como um todo, no Brasil.

Estabeleceu-se em Belo Horizonte em 1934 e formou-se em Direito na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 1945.

Freqüentou a Escola Guignard entre 1944 e 1950, onde estudou desenho com Alberto da Veiga Guignard e escultura figurativa com Franz Weissmann. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1953, iniciando sua carreira de diagramador nas revistas Manchete e A Cigarra. Participou do Grupo Neoconcreto no Rio de Janeiro (1959-1961), e elaborou a reforma gráfica do Jornal do Brasil (1957/59). Durante os anos 60 fez a diagramação dos jornais Correio da Manhã, Última Hora, Estado de Minas, Jornal da Tarde e A Província do Pará, entre outros, além de ter trabalhado como diagramador de livros na Editora Vozes.

Após receber uma bolsa da Fundação Guggenheim e o Prêmio Viagem ao Exterior no XV Salão Nacional de Arte Moderna, em 1967, viajou para os Estados Unidos, fixando-se em Nova Jérsei. Em 1971 retornou a Belo Horizonte, dedicando-se a atividades artísticas e educacionais. Dirigiu a Fundação Escola Guignard (1974/77), onde ensinou expressão bidimensional e tridimensional. Foi professor de composição e escultura na EBA/UFMG (1979/90) e de escultura na FAOP (1979).

Amilcar de Castro é considerado pelos críticos e historiadores da arte um dos escultores construtivos mais representativos da arte brasileira contemporânea.