Em 15 de janeiro de 1985, o Brasil conhecia o primeiro presidente civil após 21 anos de ditadura militar. Era o mineiro Tancredo Neves, do PMDB, que foi escolhido pelo Colégio Eleitoral (as eleições diretas ainda não haviam sido readquiridas) derrotando o deputado paulista do PDS Paulo Maluf.
A eleição de Tancredo, ainda que indireta, marcou o fim de quase 21 anos de regime militar no País, retomando o caminho da democracia no Brasil.
Como o assunto deste blog é jornais e revistas, vamos a eles, os jornais do dia 16 de janeiro de 1985.
Folha de S.Paulo dedicou toda a sua capa ao tema, imprimindo em 3 linhas de título o fim do ciclo militar. Um título desses pada os padrões gráficos dos jornais atuais é impensável. No máximo duas linhas. Ou 1 linha com letras garrafais.
Além disso, o editorial também foi publicado na primeira página, deixando claro a posição do jornal aos leitores.
Esse recurso, de publicar um editorial na primeira página, é uma opção acertada quando um veículo não esconde seus ideais, deixando clara aos leitores a posição do jornal.
O carioca O Globo mostrou o placar da votação: 480 x 180, compondo com uma frase de Tancredo sua capa do dia.
O curioso é que a manchete principal vem abaixo de duas manchetes secundárias.
Já o Estado de S. Paulo também manchetou uma frase de Tancredo como título da capa e reservou, metade dela, para o discurso do presidente eleito. E colocou, como marca d'água, o placar da votação como um recurso visual e funcional, informando ao leitor quantos foram os votos para cada um.
A notícia da eleição de Tancredo em outros jornais do Brasil e até em Portugal.