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domingo, 22 de junho de 2025

Falha editorial ou descaso com a notícia




A capa de hoje do Diário do Rio Claro comete uma grande gafe e é altamente controversa. No mesmo dia em que jornais do Brasil todo estampam em suas capas o acidente com um balão em Santa Catarina que matou oito pessoas, o Diário publica como imagem principal de sua primeira página um festival de balonismo.

A fotografia festiva do céu coberto por balões coloridos no mesmo dia da tragédia é inadequada. Para leitor minimamente informado sobre os assuntos do dia, isso pode soar como uma falta de sensibilidade ou descaso editorial, ignorando os fatos mais relevantes nacionais. 

O contrate que se cria entre o visual otimista e o contexto da tragédia é um desafio esteticamente atrativo aos capistas, mas um grande risco editorial.

Se foi uma edição adiantada na sexta-feira (ou na quarta, antes do feirado), é o risco muito grande que se corre. Se já havia sido impressa e não ter como refazer a edição por questões financeiras e operacionais, é outro risco que se corre.

Mas o que fazer?

O jornal ignorar a tragédia significa um grande erro editorial. Publicar as duas notícias numa mesma capa ainda que separadas, transmitiria uma mensagem ambígua, demonstrando a celebração de alguns e o luto de outros.

O ideal seria adiar a publicação da notícia do festival de balonismo, para evitar reações negativas e não dar margem a debates éticos sobre o papel do jornalismo.

Foi uma capa infeliz.






sexta-feira, 20 de junho de 2025

O adeus ao ASTRO da televisão brasileira

 


E durante o fechamento da edição de sexta, eu executando a minha ideia de capa para apresentar ao editor, chega a notícia da morte do ator Francisco Cuoco, um dos maiores ícones da teledramaturgia brasileira.  Em meio a debates na Redação do jornal sobre a carreia, a importância, o quanto ele representa para a história da televisão nacional, eu só lembrava de um símbolo: o turbante de Herculano Quintanilha, seu personagem na novela O Astro.

E esse foi o ponto de partida para a criação da capa desta sexta-feira, noticiando a morte de Francisco Cuoco.

Eu procurei criar algo visualmente impactante, carregando um grande parte de simbolismo. O turbante, ocupando uma generosa área da página é o elemento principal do layout. Ícone da história das novelas brasileiras, o adereço usado pelo personagem substitui o retrato do ator, algo comum e natural. O turbante, minimalista no fundo branco do papel, ganha destaque e força, sem sofrer interferência ou distrações de outros recursos visuais. A intenção foi remeter ao mistério, reforçando a aura mística do personagem. O interior escurecido do turbante sugere o vazio deixado pela ausência do ator.

A aplicação do termo Astro no título foi propositalmente escolhida por ter duplo sentido: faz referência direta e literal ao personagem Herculano Quintanilha da novela O Astro, é uma referência poética ao astro da tv brasileira.

Como havia necessidade de publicarmos outras chamadas de assuntos não relacionados à morte do ator, procurei criar uma divisão clara entre o assunto principal do dia e as demais notícias,  deliberadamente reduzido-as em destaque e impacto visual, reforçando a escolha editorial em priorizar a homenagem ao ator.

É uma capa conceitual com um pouco de poesia, cujo objetivo principal é evocar a memória afetiva dos leitores de A Tribuna, criando um sintonia com o público.