A capa de hoje do Diário do Rio Claro comete uma grande gafe e é altamente controversa. No mesmo dia em que jornais do Brasil todo estampam em suas capas o acidente com um balão em Santa Catarina que matou oito pessoas, o Diário publica como imagem principal de sua primeira página um festival de balonismo.
A fotografia festiva do céu coberto por balões coloridos no mesmo dia da tragédia é inadequada. Para leitor minimamente informado sobre os assuntos do dia, isso pode soar como uma falta de sensibilidade ou descaso editorial, ignorando os fatos mais relevantes nacionais.
O contrate que se cria entre o visual otimista e o contexto da tragédia é um desafio esteticamente atrativo aos capistas, mas um grande risco editorial.
Se foi uma edição adiantada na sexta-feira (ou na quarta, antes do feirado), é o risco muito grande que se corre. Se já havia sido impressa e não ter como refazer a edição por questões financeiras e operacionais, é outro risco que se corre.
Mas o que fazer?
O jornal ignorar a tragédia significa um grande erro editorial. Publicar as duas notícias numa mesma capa ainda que separadas, transmitiria uma mensagem ambígua, demonstrando a celebração de alguns e o luto de outros.
O ideal seria adiar a publicação da notícia do festival de balonismo, para evitar reações negativas e não dar margem a debates éticos sobre o papel do jornalismo.
Foi uma capa infeliz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário