Hoje os jornais esportivos portugueses amanheceram em luto. A morte trágica dos jogadores Diogo Jota e André Silva, vítimas de um acidente de carro na Espanha, gerou comoção nacional. E isso se refletiu nas capas dos três principais diários esportivos do país.
Neste post, uma breve analise sobre o design de A Bola, O Jogo e Record. Cada um, à sua maneira, transforma a notícia em narrativa visual, criando capas tocantes e sensíveis, que servem como homenagem aos jogadores.
A Bola e O Jogo tiveram a mesma ideia na confecção de suas capas, transformando o luto em reverência. A ausência de cores transforma as páginas, fazendo-as agir como um obituário visual, reforçando o tom emocional. Essa falta de cores ressalta os detalhes narrativos, transformando as capas em cartazes elegantes, quase religiosos. As imagens dos jogadores geram uma espécie de santificação nas propostas dos layouts.
Ambas seguiram a linha do menos é mais, o que funciona nessas ocasiões, principalmente quando se tem a intenção de prestar homenagem, oferecendo ao leitor a força da sobriedade. Ainda assim, creio que a arte finalizada do A Bola ficou um tanto pobre, com um ar um pouco grosseiro, meio amador na composição das imagens. Mas não deixa de ser uma bela capa.
Já o Record optou pelo caminho da cor, fugindo do luto negro das imagens preto e brancas. É uma mostra da conexão entre o ídolo, sorridente na imagem, com o povo que o admira. Transmite emoção com uma composição que cria empatia ao leitor.
Essas capas conseguem ser valiosas lições de design editorial e falam muito sobre perda e respeito, ainda que eu ache que as três ideias poderiam ter sido melhores apresentadas no papel.
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