Se vira! Alusão ao termo que os editores normalmente dizem aos diagramadores quando querem fechar uma página com muito texto, pouca imagem e nenhum recurso. E ainda assim querem uma página bonita. Se vira!
No dia 22 de abril de 1960, os jornais brasileiros chegavam às bancas com a festa pela inauguração de Brasília, a nova capital do País.
Era nítida a euforia dos jornais, pois a cidade fora planejada, arquitetada, construída especialmente para ser a nova capital do Brasil.
Então, vamos relembrar o dia 22 de abril de 1960 com as manchetes e imagens do dia anterior, 21, inauguração de Brasília.
Angeli, um dos maiores nomes da ilustração brasileira, e mundial, anunciou que vai 'pendurar' o lápis, parar de desenhar, devido a problemas de saúde.
Trabalhando na Folha de S. Paulo por mais de 40 anos, recebeu uma bela homenagem daquela que foi sua casa durante tanto tempo. E na casa do vizinho concorrente também. O Estadão, tradicional rival da Folha, também prestou homenagem a Angeli, numa prova de que ele, Angeli, agrada a todos.
A começar pela capa do Ilustrada, com a fusão do cartunista e seus desenhos. Um arte maravilhosa e conceitual, que nos faz refletir sobre a carreira, sobre a vida, sobre a profissão, como se as ilustrações estivessem fundidas com a imaginação do autor.
O título não é um adeus, mas um até breve.
Outra grande sacada foi, além de contar a carreira de Angeli, revelar em duas páginas, quadrinhos inéditos do autor.
São quatro páginas que demonstram a gratidão e principalmente, a importância de Angeli para a história da ilustração e da charge no Brasil, com um humor sensível e crítico, que bateu de frente com a ditadura militar criando personagens que iam contra as tradições da época.
E o 'vizinho' Estadão também permitiu, ter em sua página, os personagens de Angeli, numa clara referência ao quão importante o cartunista é.
Depois da ausência devido à pandemia, os desfiles carnavalescos no Rio de Janeiro retornam ao sambódromo.
O tradicional O Globo e o popular Extra, ambos do mesmo grupo, publicaram em suas edições de hoje especiais alusivos à festa de Momo.
O conteúdo editorial é o mesmo. Mas o visual, cada um leva pra sua linha gráfica.
O Globo vem com páginas mais leves, com espaços em branco, fotos nas posições normais. Já o Extra, coloca um pouco mais de cor nas páginas, muda o ângulo das imagens, recorta uma foto ou outra.
Acho muito legal esse comparativo. O mesmo conteúdo com apresentações diferentes, cada qual seguindo a linha gráfica da sua publicação.
As páginas de O GLOBO.
As páginas do EXTRA.
Tá. Eu sei. É batido.
Mas sempre funciona.
Eu mesmo sou um cara que tenta fugir do habitual. Tipo usar o fundo preto na página referente a alguma morte, ou o fundo ensanguentado numa página sobre crimes. Mas existem situações em que não há como fugir do óbvio.
A matéria sobre o primeiro ataque pirata à cidade de Santos foi ilustrada com o tradicional background de papel envelhecido, para dar uma ideia de mapa, de antiguidade.
Aí vão dizer:
-Ah, mais isso é sempre usado neste tipo de layout.
Eu sei. E relutei um pouco.
Mas confesso que apesar de manjado, funcionou perfeitamente na composição da página, com as imagens mescladas ao fundo e a tipologia pirata.
Às vezes, o ser corriqueiro é a melhor alternativa para a criação de uma página. Existem layouts em que não adianta inventar. O tema 'chama' o visual gráfico da página. É inútil ir contra a maré.
Como optei por não colocar muito chocolate no layout, acho que foi a dosagem certa.
Rincón, um dos maiores ídolos do futebol colombiano, morreu na noite de ontem, após sofrer um acidente de carro na última segunda-feira.
Como provavelmente os jornais da Colômbia já estavam com suas edições fechadas quando anunciada a morte do jogador, poucos foram os que conseguiram noticiar em suas capas o falecimento de Rincón. O El País e o El Universal publicaram.
E como este blog procura sempre levar aos leitores, não apenas capas, mas as internas dos jornais, postamos aqui, em primeira mão, a reportagem do El País com a morte de Rincón
Durante o decorrer do dia, o Se Vira Design vai atualizado as capas dos jornais colombianos.
Revista de moda, tradicionalmente, tem em suas capas modelos bem vestidas ou closes de lindos rostos produzidos, certo?
Certo!
Mas nem sempre.
A Vogue Tchecoslováquia apresenta três capas para sua próxima edição de maio. Os três layouts, todos em azul, não têm foto alguma de modelo, somente texto. A autoria das capas é de Beka Gvishiani.
