sábado, 9 de outubro de 2021

Feijão com arroz. A melhor escolha num triste dia.

 Covid matou 600 mil no Brasil. Um número inimaginável e irresponsável de vidas perdidas.

Nas capas dos jornais, o número ganha destaque, acima, abaixo ou mesmo sendo manchete.

O difícil para os capistas é confeccionar uma página que tenha impacto visual sem soar como inoportuno ou diminuir a importância do fato.

Sinceramente, acho que as melhores capas vieram justamente dos que fizeram o mais simples, o feijão com arroz. Não criaram artes, não pensaram em ilustrações. Folha de S. Paulo e O Globo fizeram isso. O tradicional trio título+texto+foto. 

Esse trio funciona, impacta e até emociona o leitor.

Eu, como capista, gosto muito da interferência artística nas primeiras páginas dos jornais, seja ela um infográfico, uma ilustração, um conceito visual gráfico.

Por isso, acho que o Correio Braziliense chegou perto de fazer maus uma capa histórica como tantas que já produziu. O mapa do Brasil com os números de vítimas em cada estado seria genial se bem aplicado. Mas o uso da lápide com as flores na frente me remete aos pôsters de filmes B de terror, tipo os de George Romero.

Também acho que a ideia de uma cruz na capa é muito boa, quando bem executada. O que não o caso do O Dia, que habitualmente nos brinda com belíssimas capas, desta vez não foi feliz. A arte ficou confusa, estranha, não conseguindo passar com clareza a ideia que se pretendia. Me atrevo a dizer que foi de mal gosto.

O popular Meia Hora seguiu o seu padrão. O grafismo ilustrativo consegue passar a mensagem ao leitor de uma forma simples, ainda que tenha um ar infantil. Dentro da linha do gráfica do jornal.

Já o cearense O Povo fez o dever de casa, com uma capa dupla, simples, impactante e eficiente.








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