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sábado, 2 de agosto de 2025

Breve análise das capas. Como três jornais de Santos retrataram o incêndio na ZN

Se Vira Design mostra como A Tribuna, Diário do Litoral e Jornal da Orla cobriram o incêndio em Santos nas capas de hoje. 

 Na manhã de ontem, um incêndio devastou cerca de 100 moradias em palafitas na comunidade do Rádio Clube, na Zona Noroeste, em Santos, deixando uma idosa morta e centenas de pessoas desabrigadas. O impacto humano e social do fato foi imenso, rendendo destaque nas capas de três dos principais jornais da Baixada Santista: A Tribuna, Diário do Litoral e Jornal da Orla.

Neste post, vou falar um pouco sobre as três capas do ponto de vista do design e como cada um desses veículos escolheu representar graficamente a tragédia.

A TRIBUNA

Em A Tribuna, procurei criar uma capa contundente e jornalisticamente engajada em criar a narrativa do incêndio com o uso de duas imagens. A principal, da repórter fotográfica Vanessa Rodrigues, coloca o leitor no meio da tragédia, como se de dentro de um dos barracos, pela janela, pudesse ver toda a tristeza das pessoas circulando entre os destroços, ampliando o efeito dramático, quase cinematográfico.

A segunda imagem tinha de estar presente. A vista aérea com a no momento em que o fogo consumia os barracos é o fogo por outro ângulo, aquele em que o leitor é levado a ter a dimensão de toda a tragédia.

Acredito que conseguimos criar uma capa de impacto, sem explorar de forma sensacionalista a dor das pessoas, unindo um  jornalismo de qualidade com design bem resolvido.



JORNAL DA ORLA

O Jornal da Orla criou uma capa limpa e direta, também não fazendo uso do sensacionalismo.  A imagem escolhida transmite a dimensão da destruição, com bombeiros e moradores entre os restos da comunidade. Visualmente, a capa é bem balanceada, com uma composição simétrica e respiro nas margens, cumprindo bem o papel de informar e sensibilizar. Um layout bastante sério e respeitoso. 


DIÁRIO DO LITORAL

O Diário do Litoral optou por dar um tratamento mais discreto ao incêndio, o que acredito ser um erro jornalístico. A notícia, ainda que no alto da página,  aparece como nota secundária e é acompanhada de uma imagem distante, que reduz o impacto emocional do fato. A escolha por uma abordagem mais neutra pode refletir uma tentativa de manter a capa mais equilibrada, mas dilui a gravidade do acontecimento. Do ponto de vista do design, a matéria perde força e visibilidade diante das demais.



segunda-feira, 21 de julho de 2025

O Adeus Mais Bonito de Preta Gil

A morte da cantora Preta Gil, figura marcante na cultura brasileira, foi capa dos principais jornais do País. Uns com mais destaque, outros com menos, os impressos traduziram o peso simbólico da sua partida.

A MELHOR: A CAPA QUE CELEBRA PRETA GIL. 

E tinha de ser da Bahia a melhor homenagem a Preta Gil. E foi o Correio* quem propiciou isso, em uma capa que é um exemplo design editorial afetivo, que busca celebrar uma figura pública com respeito, beleza e simbolismo. Uma capa perfeita no uso das cores, da fotografia e da composição, reforçando a narrativa de vida mesmo diante da morte. Tem um forte apelo emocional. É um layout que ilumina, como está explícito na manchete.

Mais do que uma despedida, a imagem evoca um símbolo de elevação e eternidade. Um layout sacro. A fotografia de Preta, centralizada, iluminada e com uma coroa de folhas douradas sobre a cabeça, remete imediatamente à iconografia de imagens sacras, especialmente às representações de Nossa Senhora. O fundo azul celeste, a expressão serena e o sorriso calmo reforçam essa leitura espiritual.

Há uma forte leitura dessa capa como uma representação simbólica de santidade muito semelhante às imagens de Nossa Senhora.



Abaixo, as primeiras páginas de hoje dos jornais brasileiros. 






















sábado, 19 de julho de 2025

Bolsonaro e a tornozeleira eletrônica

 A cobertura dos jornais brasileiros de hoje trouxe como tema principal de suas capas a decisão do STF que obrigou o ex-presidente Jair Bolsonaro a usar tornozeleira eletrônica. Mais do que as manchetes e títulos, as imagens de capa ganharam protagonismo e assumiram o papel de síntese visual da crise política. A seguir, exploramos como os principais jornais trataram esse fato sob o ponto de vista fotográfico e editorial.

Como não havia a imagem do ex-presidente com a tornozeleira eletrônica, duas foram as escolhas dos jornais como imagem para interpretar a notícia: Bolsonaro no carro e Bolsonaro cercado por microfones.

A foto do ex-presidente sentado dentro do carro funciona como uma metáfora de confinamento, numa cena quase cinematográfica de um filme dramático, sugerindo um ar de constrangimento, ainda mais com as pessoas do outro lado do vidro olhando, fotografando, julgando.

Já a imagem de Bolsonaro dando entrevista cercado de microfones revela uma figura do ex-presidente tensa sob os holofotes, algo oposto de como ele se projetava durante o seu mandato. Mostra um homem com expressões faciais fechadas,  ausência de aliados,  transmitindo a imagem de um Bolsonaro desprotegido e vulnerável.

Abaixo, as primeiras páginas de hoje dos jornais brasileiros.