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domingo, 7 de dezembro de 2025

Três capas de jornais que enriquecem o domingo

 A análise visual de capas de jornais é uma das ferramentas mais importantes para compreender como o design editorial influencia diretamente a leitura, a percepção da notícia e a força comercial de uma publicação. E o domingo é o dia perfeito para essa função. Afinal, é quando os jornais publicam reportagens especiais que demandam maior tempo de leitura, criam layouts diferentes e criativos para prender a atenção do leitor.

E a primeira página de um jornal impresso de domingo ganha um peso maior, com a função de revelar ao leitor o conteúdo da publicação, atraindo-o através da criatividade, da ousadia, do cuidado visual.

Nesse breve posto, observamos três capas publicadas hoje onde é possível visualizar  como os elementos  hierarquia visual, grid, tipografia, cores e contraste e mancha gráfica são utilizados para construir impacto, organizar a informação e dialogar com diferentes públicos.

Três capas de jornais brasileiros de estados diferentes do País. Sob o ponto de vista do design gráfico editorial, destaque para soluções visuais, escolhas estéticas e estratégias de composição que interferem diretamente na leitura em banca e na experiência do leitor. 


Folha de Pernambuco (PE) – A origem da devoção


Predomínio absoluto da imagem, ocupando toda a capa, com sobreposição de elementos gráficos e transparências. Essa aplicação revela uma linguagem visual com forte apelo artístico e simbólico. A tipografia discreta e funcional, em segundo plano, dá força à imagem. O uso das cores azuis, dourados e tons quentes, criam contraste entre o sagrado e a vibração popular. Uma capa conceitual, mais contemplativa do que informativa, com foco na emoção e na fé.


O Povo (CE) – Para onde Leão XIV começa a levar a Igreja?



Um visual impactante que prende a atenção dos leitores, construído em uma estrutura vertical clássica, com grande área em respiro ao redor do título central. A referência direta à iluminura medieval e arte sacra, com ornamentos detalhados, embelezam e dão requinte à página, criando um layout que se assemelha à capa de um livro. A tipografia tem papel importante e a fonte serifada propiciou uma melhor definição da hierarquia do layout, gerando forte peso editorial à capa, ainda mais com a escolha da paleta de cores envelhecida, com tons terrosos, verdes, dourados e vermelhos, transmitindo tradição e solenidade. É uma capa com forte apelo institucional, histórica e solene, visualmente ligada à tradição e à autoridade religiosa.

A Tribuna (SP) – Os Guarás Vermelhos de Bertioga



Não é a manchete e nem mesmo, uma das principais chamadas da capa. Mas a composição da imagem dos Guarás Vermelhos valorizou a capa de hoje de A Tribuna, que diferente dos modelos acima, manteve a estrutura tradicional de um jornal. com blocos de elementos visuais bem definidos e múltiplas chamadas em sua página. O uso de fotografia recortada dos guarás atravessando o layout, criou um movimento diagonal e deu dinamismo visual à capa. O alto contraste das cores vibrantes enriqueceu o produto, onde a hierarquia das chamadas fica clara, de fácil leitura. É uma capa informativa mas não estática, e sim dinâmica, com leitura rápida, áreas de respiro e um forte apelo visual direto.

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Capas de jornais de hoje destacam a condenação de Bolsonaro

Hoje, as capas dos jornais brasileiros se transformam em documentos históricos. A notícia que estampa as manchetes é a condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos é 3 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por crimes que vão de tentativa de golpe de Estado à abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

O impacto visual e simbólico desse acontecimento exige um tratamento editorial à altura — fotos fortes (das reações, dos ministros votando, das manifestações), manchetes que sejam diretas e responsáveis, e layouts que consigam equilibrar gravidade, clareza e jornalismo rigoroso. Afinal, mais do que informar, a capa funciona como primeiro contato — ela define tom, urgência e empatia.

Para quem elabora as capas dos jornais, esse é um momento desafiador, entre a escolha da linha visual que será utilizada e a linha editorial do veículo. Um exercício de criatividade e seriedade, sempre mantendo o respeito ao fato de que se trata de uma sentença judicial, não de um espetáculo.

Exceção foi o cearense O Povo que usou da tipografia como elemento protagonista de seu layout para causar um forte impacto visual passando de forma clara a mensagem política aos leitores. A imagem de Bolsonaro pequeno e cabisbaixo transmite a ideia de que a democracia se sobrepõe a ele. É uma capa ousada, simbólica e de leitura imediata, com uma força gráfica excepcional.

O carioca Extra também fugiu do habitual criando uma capa para ficar para a história.ou pelo menos, tentando. Mas, ao contrário do O Povo, erraram a mão, exagerando nas informações e criando uma pagina visualmente poluída. A capa é um aperitivo. Uma pequena mostra ao leitor do que ele vai encontrar no miolo. Nesse caso, já foi o banquete todo. Todas as informações estão na primeira página. Nesse caso, a regra do menos é mais séria muito bem aplicada.

Já nos demais jornais brasileiros, a seriedade deu o tom principal dos layouts.

O destaque nessa seriedade é o simbolismo da imagem usada por alguns jornais do ex-presidente em sua casa, atrás do portão. Uma forte narrativa visual:  a conotação de prisão e isolamento. As grades do portão, em primeiro plano, criam uma associação imediata com cela, cárcere, reclusão. Mesmo que Bolsonaro esteja em casa, a imagem sugere que ele já está privado de liberdade, reforçando o peso da sentença.